A antropoemia – o vômito – interrompe a digestão e a evacuação: reverte a dialética ao não permitir que se faça a síntese. Impedido de virar bosta, todo vômito se faz comestível: na contramão da síntese, vomitar é a possibilidade de comer novamente, e outra vez mais. “Contínua transformação do tabu em totem”. Todo vômito “já éramos” alimento – como indicava Oswald no Manifestode 1928. O vômito pode ser, portanto, elemento terciário no interior da lógica binária: é ao mesmo tempo alimento e dejeto, inclusão e exclusão. Ambivalência. O vômito é o pulsante processo dialético e histórico, instável e informe. Força que não estabiliza.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Nenhum comentário:

Postar um comentário