A antropoemia – o vômito – interrompe a digestão e a evacuação: reverte a dialética ao não permitir que se faça a síntese. Impedido de virar bosta, todo vômito se faz comestível: na contramão da síntese, vomitar é a possibilidade de comer novamente, e outra vez mais. “Contínua transformação do tabu em totem”. Todo vômito “já éramos” alimento – como indicava Oswald no Manifestode 1928. O vômito pode ser, portanto, elemento terciário no interior da lógica binária: é ao mesmo tempo alimento e dejeto, inclusão e exclusão. Ambivalência. O vômito é o pulsante processo dialético e histórico, instável e informe. Força que não estabiliza.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ao debate!


Caros,

como é de conhecimento de todos que estão acompanhando o Seminário vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura, constavam em nossa programação, na mesa Antropofagia Crítica, do dia 24/08, as palestras de Alexandre Nodari e Eduardo Viveiros de Castro.

Na última sexta-feira recebemos, no entanto, uma carta em que ambos se recusavam a participar do Seminário. Os motivos vocês podem ler na própria carta, copiada abaixo.
Desta forma, aproveitando a oportunidade, a comissão resolveu manter o espaço de debate e discutir o conteúdo da carta e a recusa dos convidados, o próprio NÃO.

Para isso convidamos vocês (livres para estender o convite a outros) a virem na sexta-feira, dia 24/08, às 19h. 

Para irmos pensando no assunto, leiam também a resposta da comissão organizadora a Alexandre e a Eduardo, copiada abaixo.

Um abraço e até lá,
Ade Evaristo, Aldene Rocha, Aline Oliveira, Amanda Bonan, Andreia Santos, Clarissa Diniz, Maristela Pessoa, Sara Panamby e Tatiana Klafke.

Local: Auditório do Instituto de Artes da UERJ (Maracanã), 11o andar, bloco E. 
Quando: 24/08, às 19h
Pauta | política, economia e cultura: o problema e as posições.





---------- Forwarded message ----------
From: Alexandre Nodari <alexandre.nodari@gmail.com>
Date: 2012/8/17
Subject: Carta à comissão organizadora do Seminário vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura
To: Seminário Vômito e Não PPGARTES-UERJ <seminarioppgartesuerj@gmail.com>
Cc: Eduardo Viveiros de Castro <eviveirosdecastro@gmail.com>


À comissão organizadora do Seminário vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura.

Essa semana, uma decisão judicial paralisou a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A dimensão simbólica e material da obra não pode ser menosprezada, já que ela cristaliza um projeto político, econômico e antropológico desenvolvimentista (ou melhor, crescimentista) e que consiste em destruir a multiplicidade sócio-ambiental das formas de vida em nome de um padrão de riqueza etno- e antropocêntrico: a conversão de todo fluxo em energia, de todo curso em recurso, de toda diferença em poder. Uma das acionárias da Norte Energia, responsável pela construção de Belo Monte, é a Vale, empresa com um histórico lamentável de desrespeito aos direitos humanos e de devastação ambiental, tendo passado, além do mais, por um vexaminoso processo de privatização, ao mesmo tempo em que projeta em seu horizonte futuro diversos projetos que virão ampliar esse rol nefasto de feitos. Não por acaso, a Vale recebeu o “honroso” prêmio de “Pior Empresa do Mundo” esse ano. Assim sendo, espantamo-nos enormemente ao saber que a Vale — bem como as Organizações Globo, conhecidas pelo seu departamento de censura interna durante a Ditadura militar e suas recorrentes alianças com os donos do poder do turno — patrocina o seminário Vomito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura, para o qual fomos convidados. Em primeiro lugar, porque nunca fomos informados sobre tais patrocinadores, dos quais só tivemos notícia hoje (ontem) ao vermos o material de divulgação do evento. Mas, acima de tudo, porque não é possível compactuar com as práticas de tais empresas, especialmente em um seminário que se propõe a discutir a antropofagia oswaldiana, uma outra concepção de vida e mundo (além de uma prática artística) baseada nas cosmogonias e modos de vida ameríndios, diversa daquela gerida pelo que Oswald de Andrade chamou de “conúbio do Capital, do Oportunismo e do Terror”, conúbio materializado, inter alia, por corporações como a Globo e a Vale. Não será um total contrassenso? Esperemos que seja apenas isso, e não uma triste e reveladora convergência, uma vez que a proposta do seminário insinua uma insuficiência da antropofagia e sugere, no lugar desta, pensar a antropoemia, aquela prática que exclui pela inclusão, que impõe um modo de vida pela exclusão de todos os outros, que busca eliminar até mesmo toda possibilidade de modo de vida — uma prática que, como os zumbis dos filmes hollywoodianos, tenta nulificar toda alteridade em nome do mesmo (do morto-vivo). Esperemos, de fato, que seja apenas um total contrassenso. Mas de qualquer forma, não podemos participar dele.

Alexandre Nodari
Eduardo Viveiros de Castro


2012/8/19 Seminário Vômito e Não PPGARTES-UERJ <seminarioppgartesuerj@gmail.com>
Caros Alexandre e Eduardo,
gostaríamos de agradecer pela franqueza e atenção na carta que nos enviaram, como também comentar os pontos que levantam. 
Talvez a situação não seja um contrassenso (no sentido de um disparate), mas sobremaneira uma evidência das contradições advindas das complexidades do hoje. Não há dúvidas que seja contraditório; como também não há dúvidas de que se trata de uma situação muito mais ampla, sistêmica.

Como informado desde o principio, o patrocínio ao Seminário é do MAR - Museu de Arte do Rio, que por sua vez tem como mantenedores as organizações citadas, razão pela qual foram incluídas na barra de logos como parceiras do Museu.


Cônscios da complexidade das trilhas do dinheiro que fez possível o Seminário, não nos imaginamos numa situação de isenção diante do fato (já consolidado), mas, mais adiante, desejamos nos manter atentos e críticos, problematizadores; razão pela qual vocês foram convidados para adensar o debate. Cientes de que a autonomia de nossas ideias continua sendo mantida com absoluta liberdade mesmo após o momento em que passamos a contar com o apoio 
de quem quer que seja, estamos também certos de que o Seminário constituirá um espaço honesto de debate, em nada cerceado por quaisquer das organizações envolvidas. Ressalte-se, a propósito, que a única restrição intelectual que enfrentamos até agora (a recusa de Eduardo em discutir com Cocco) partiu de um dos âmbitos do Seminário do qual, inversamente, esperava-se toda a generosidade necessária ao debate crítico -- mais um sinal de que há, de fato, uma densa complexidade em questão.

Mas, confessamos, sem a oportunidade de debatermos sobre tudo isso, restarão conosco uma série de dúvidas, inquietações, divergências e desejos de interlocução que já carregávamos e outros, novos, que se somam após essa carta. Dentre muitas camadas, ficará também abafada a vontade de conversar sobre o próprio contrassenso apontado: como compreender as contradições de hoje, e como interpretar aquelas vividas pela referência que 
tomamos -- Oswald de Andrade -- em sua ascendência e relações aristocráticas com o quatrocentão paulista. Faíscam por aqui inquietações acerca de como vocês diferenciam as relações de dependência e autonomia (ou, noutra chave, de interdependência) daquele começo de século XX dessas de hoje. 
Se, antropofagicamente, nutrimo-nos todos do pensamento libertário de Oswald que, a despeito de sua intensidade crítica, não nos parece ter sido constituído num fora do conúbio por ele sublinhado, expressamos aqui nossa curiosidade de saber como vocês têm digerido os pa(i)trocínios de então, que inevitavelmente reverberam nos corpos devoradores de hoje -- sejam os nossos, sejam os que movem Belo Monte. Sem essa oportunidade de conversa, nos restará apenas a suposição de que, pela forma como têm atuado, vocês têm transformado tal antropofagia modernista numa espécie de antropoemia contemporânea, que, ressaltamos, desde já tem nosso respeito por sua tentativa de "limpar", através do vômito-não, as "impurezas" acumuladas ao longo de tantos séculos. Aos nossos olhos -- e a despeito da posição inicial de Eduardo de não enxergar a possibilidade de uma positivação da versão pejorativa da antropoemia --, especialmente depois da carta de vocês e das inquietações dela decorrentes, o debate antropofagia-antropoemia passa, portanto, a fazer ainda mais sentido. Razão pela qual lamentamos a ausência de vocês na criação das divergências necessárias ao pensamento crítico, à criação e à vida.
No mais, gostaríamos de saber se concordam em lermos a carta que nos enviaram na abertura do Seminário. Informamos que não cancelaremos o encontro do dia 24, visando manter o debate e o problema em aberto. Também avisamos ao Nodari que, caso ele deseje acompanhar o Seminário, poderemos manter as passagens e hospedagens já agendadas.
Forte abraço,
Ade Evaristo, Aldene Rocha, Aline Oliveira, Amanda Bonan, Andreia Santos, Clarissa Diniz, Maristela Pessoa, Sara Panamby e Tatiana Klafke.

Comissão Organizadora do IV Seminário do PPGARTES/UERJ.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Faça o download da programação completa do Seminário
SOBRE O SEMINÁRIO

Em 1998, a XXIV Bienal Internacional de Artes de São Paulo, curada por Paulo Herkenhoff, elegeu como sua questão central a antropofagia. A exposição retomou o “modelo” antropofágico proposto por Oswald de Andrade em 1928 – quando da publicação do Manifesto antropófago –, explorando aspectos diversos da ideia de “vida como devoração”. A Bienal enriqueceu, assim, o fundamental debate internacional acerca das preocupações de alteridade da arte, tomando a ideia de “devoração do outro” como ato emblemático de prática relacional e de emancipação cultural. As premissas oswaldianas do começo do século passado – “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.” – foram atualizadas e lançadas como uma luz possível para a produção contemporânea brasileira, atitude que encontrou também relevantes reverberações no processo de internacionalização da arte produzida no país.
Com a ênfase dada, pela exposição, à concepção antropófaga da arte, a ideia de antropofagia reafirma-se – na esteira de seu primeiro significativo avivamento, promovido pelo tropicalismo – como importante horizonte para pensar as questões de alteridade. Com a virada do século XXI, observa-se que a quantidade de artistas e teóricos voltados a pensar formas de produção de subjetividade e alteridade tendo em vista a contribuição antropofágica expande-se continuamente. A esse movimento somam-se, por exemplo, a valorização internacional do neoconcretismo brasileiro com suas práticas relacionais e – não pouco sintomaticamente – a emergência de um discurso europeu para experiências contemporâneas aparentemente contíguas a essas (como a “estética relacional” posta por Nicolas Bourriaud). De modo geral, por entre suas muitas nuances (também socioeconômicas), tal movimento diz da aposta cultural no outro, que passa a ser devorado ou – numa concepção mais apaziguadora, e reincidente – “abraçado”. Assim, sobretudo no Brasil, a antropofagia parece adentrar o século XXI com força produtiva incontestável.
Por sua vez, no livro Tristes trópicos (1955), Claude Lévi-Strauss chamava atenção para forma diversa de lidar com o outro. Para o autor, haveria dois tipos de sociedade, as antropofágicas (“que vêem na absorção de certos indivíduos detentores de formas temíveis, o único meio de neutralizá-Ias e mesmo de aproveitá-Ias”) e as que praticariam a antropoemia (do grego emein, vomitar) que, “postas diante do mesmo problema, escolheram a solução inversa, [expulsando] esses seres temíveis para fora do corpo social, mantendo-os temporária ou definitivamente isolados”. Havendo sido a antropofagia pesquisada e experimentada no campo da cultura, a antropoemia restou, por sua vez, quase intocada enquanto concepção social e cultural.
Dentre as diversas razões possíveis para esse descompasso, está a crença – de alguma forma, generalizada – na maior efetividade e no caráter eminentemente mais democrático da antropofagia. O discurso da “inclusão social” ou da “responsabilidade pelo outro” são claros exemplos de uma dimensão cívica dos princípios antropófagos. A partir dos anos 1980, com a expansão do multiculturalismo, a antropofagia encontrou, na cultura, um ambiente propício de expansão e confirmação de suas ideias: “só me interessa o que não é meu”, já afirmava Oswald de Andrade em seu Manifesto. Assim, de modo geral, é possível compreender como a antropofagia vem se constituindo – sob diversos nomes – como um horizonte de alteridade para o século que se inicia.
Entretanto, pode-se observar que o discurso antropofágico do princípio do século XX, com seu método “inclusivo”, encontra hoje um ambiente cultural e econômico bastante adverso. Se, à época do Manifesto oswaldiano com sua economia pré-industrial, a quebra dos limites entre o eu e o outro indicava uma das mais radicais propostas de transformação da subjetividade e dos modos da organização social, o atual contexto socioeconômico é talvez perversamente diverso. Se a proposta antropofágica promovia uma reviravolta diante de suas contemporâneas sociedades disciplinares tal qual analisadas por Michel Foucault, hoje, com a passagem para um modelo de sociedade de controle (Gilles Deleuze) – marcada pela dispersão e internalização das normas disciplinares –, a antropofagia talvez tenha sua força aplainada. Pois, como aponta Suely Rolnik, hoje, também o “capitalismo é tupinambá”. Defrontados com a homogeneização e onipresença do capitalismo atual (em seu estágio cultural/cognitivo), vemos o sistema econômico mundial com suas corporações transnacionais que ignoram as legislações locais, realizar, ironicamente, a “profecia” antropofágica de Oswald: o capital é o que parece ser de fato a “única lei do mundo”. O capitalismo faz-se antropófago. E, devorador também da antropofagia, tende a suavizar sua radicalidade e caráter emancipatório.
Nesse contexto de um sistema econômico (social, cultural, político, etc) que tudo devora e que a tudo se adapta, perguntamos se não seria o momento de rever a ideia de antropoemia como uma prática de resistência necessária face ao capitalismo antropófago. Não poderia a antropoemia estabelecer uma inventiva e produtiva relação com a ideia de uma cultura antropofágica? Diante da devoração generalizada a que somos constantemente submetidos – e do qual a institucionalização da arte é um sintoma –, qual o lugar do vômito, da excreção, do não? Face, por exemplo, à crise da democracia, a antropoemia não poderia, em sua relação com a antropofagia, nos oferecer outros horizontes para as políticas de alteridade – entre indivíduos, grupos culturais ou nações –, buscando escapar à versão não conflituosa da antropofagia, hoje cada vez mais difundida? Como se manifesta a antropoemia hoje? Como pensar a antropofagia a partir da antropoemia?
Dessa forma, o Seminário vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura é um convite à positivação criativa e livre da versão pejorativa da antropoemia – tal qual colocada por Lévi-Strauss em Tristes trópicos –, trazendo-a ao seio do pensamento antropófago. Pois, enquanto o percurso intelectual da antropofagia tende a colocá-la como totem, por sua vez, a antropoemia tem restado como tabu. Contudo, havendo a “transformação do tabu em totem” sido proposta por Oswald de Andrade como procedimento vertebral da antropofagia, é como alimento para esse processo histórico e dialético de transformação que, neste seminário, retoma-se criativamente a ideia de antropoemia. O que aqui se intenciona é devorar o tabu em totem: devorar a antropoemia, vomitar a antropofagia, ininterrupta e desordenadamente. A partir e para além da arte, este seminário é um convite a fazê-lo inventivamente.
A antropoemia – o vômito – interrompe a digestão e a evacuação: reverte a dialética ao não permitir que se faça a síntese. Impedido de virar bosta, todo vômito se faz comestível: na contramão da síntese, vomitar é a possibilidade de comer novamente, e outra vez mais. “Contínua transformação do tabu em totem”. Todo vômito “já éramos” alimento – como indicava Oswald no Manifesto de 1928. O vômito pode ser, portanto, elemento terciário no interior da lógica binária: é ao mesmo tempo alimento e dejeto, inclusão e exclusão. Ambivalência. O vômito é o pulsante processo dialético e histórico, instável e informe. Força que não estabiliza.



SEGUNDA-FEIRA: início do seminário!


IV SEMINÁRIO DE PESQUISADORES PPGARTES – UERJ
Vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura
20 a 24 de agosto de 2012

20.08
19h | abertura
19h30 | conferência
Com o curador Paulo Herkenhoff (RJ). Mediação Rafael Cardoso (RJ).

21.08
15h | comunicações
Por quanto você se vende?” Questões sobre mercado, capitalismo e arte
Adriene Adão, Ana Carolina Barboza, Luriam Silva e Zenite Lima (RJ) | Imagem e sexualidade: a estética da contemporaneidade
Rafaela Rodrigues e Zenite Lima (RJ) | Tessituras imagéticas entre o documentário A maçã e as narrativas cinematográficas
Fernanda Manéa (RS) |
Em busca do encontro com o espaço urbano
Susana de Castro (RJ) |
A retórica da prostituição e seus efeitos na arte pop
Tatiana Drummond (RJ) | A crônica, a crítica e a ação
Mediação Maristela Pessoa

19h | debate
Brasil: estrias antropoêmicas, antropofagia e globalização
Com o militante da Rede Universidade Nômade Bruno Cava (RJ), o cientista político e professor da UFRJ Giuseppe Cocco (RJ) e o coautor de atentados poéticos Jomard Muniz de Britto (PE). Mediação Marcelo Campos (RJ).
Para além das clivagens – históricas, de valor e de sentido –, tratará da hibridização e das multiplicidades no âmbito do debate da antropofagia-antropoemia e do contexto socioeconômico do Brasil de hoje.

22.08
15h | comunicações
Participar é preciso?” Questões sobre a ideia de participação na arte e seus desdobramentos
Cláudia Góes Muller (RJ) | Dança contemporânea em domicílio
Gustavo Motta (SP) | Vômito de imagens, diarreia, logorreia – modos de regulação da “participação do espectador” na arte brasileira dos anos 60/70
Iara Cerqueira Linhares de Albuquerque e Victor Venas (RJ/BA) | Rascunhos poéticos: o corpo como diário e a imagem como documento
Jacqueline Medeiros (CE) | Projeto coca-cola: a crítica participativa de Frederico MoraisPaula Huven (RJ) | Cartografia: para delinear um lugar errado em certoRaphael Soifer (RJ) | Memórias sujas da Lapa
Rubens Pileggi Sá (RJ) | O x da questão
Mediação Tatiana Klafke

19h | debate
Subversão e resistência no campo da arte
Com os artistas Alexandre Vogler (RJ) e Yuri Firmeza (CE). Mediação Ricardo Basbaum (RJ).
Por entre – e para além – dos processos de institucionalização antropófaga ou das expectativas por uma crítica institucional antropoêmica, abordará o espaço e as tensões da ação crítica dentro do campo cultural, explorando intencionalidades de resistência e de subversão.

23.08
15h | comunicações
Para onde vocês vão, coletivos?” Questões sobre a prática coletiva em arte
Erica Silva, Joziane Harris, Leandro Fazolla e Walmira Santos (RJ) | A Moreninha: os anos 80 além da pintura
Monica Cauhi Wanderley (RJ) | O ideal acadêmico e a contemporaneidadeNanímia Góes Viegas (RJ) | Centro de Arte de Nova Friburgo: lugar de encontros
Priscilla Duarte (RJ) | Circuito cineclube: trânsitos audiovisuais
Talita Tibola (RJ) | Políticas do habitar – quem é bem-vindo ao jantar?
Mediação Amanda Bonan

19h | debate
Gêneros e degeneração
Com os artistas e pesquisadores Pablo Assumpção (CE), Paulo Belzebitchy (BA/Berlim), Pedro Costa (RN/Berlim). Mediação Aldo Victorio (RJ).
Tratará de uma leitura crítica da ideia de gênero em suas abordagens antropofágicas/antropoêmicas, sublinhando a complexidade, ambiguidade e infixidez da sexualidade.

24.08
15h | comunicações
Comer e vomitar.” Relações entre práticas antropofágicas e antropoêmicas na arte e na cultura
Ana Chiara (RJ) | Em carne viva: hiperfísica & antropoemia na literatura contemprorânea
Bruno Cesar Martins Rodrigues (SP) |
Al Berto: devoramentos e vômitos
Juliana Franklin (RJ) | Das marcas do outro: algumas notas sobre cicatrizes
Leandra Lambert (RJ) |
Diáspora nos interstícios
Marion Velasco Rolim (RS) | Entre vitrines, vômitos e outras indigestões “ao seu alcance”
Raphael Couto (RJ) | Válvula: o vômito como verbo
Renata Santos Sampaio (RJ) | O re-enactment como mediação e prática antropofágica
Teresa Paletta (RJ) |
Cadernos e abjeto
Mediação Sara Panamby

19h | debate
Antropofagia crítica
Com o pesquisador Alexandre Nodari (SC) e o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (RJ). Mediação Mariana Pimentel (RJ).
Considerada também a partir da perspectiva da antropoemia (ou de sua negação), traçará uma análise crítica e de invenção acerca da ideia de antropofagia na contemporaneidade, sublinhando suas reverberações políticas.

23h30 | performances
Com Solange, tô aberta! (RN/Berlim) e Paulo Belzebitchy (BA/Berlim)
LOCAL |Cabaret Kalesa. Rua Sacadura Cabral, 61. Praça Mauá.

20 a 24.08
Exibição de vídeo que reúne documentação sobre situações de censura/impedimento à recente produção artística brasileira. Direção de Aline Oliveira, Amanda Bonan, Sara Panamby e Tatiana Klafke.


LOCAL
Centro Cultural da Uerj - Coart
Auditório Cartola
Universidade do Estado do Rio de Janerio - UERJ
Rua São Francisco Xavier 524 
Maracanã - Rio de Janeiro

ENTRADA FRANCA

Informações: seminarioppgartesuerj@gmail.com